quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Da "viagem" até a viagem!

Nossa, que "viagem"! Literalmente "viajei"!
Brincadeiras infames com as palavras e "trocadalhos do carilho" à parte, eu literalmente estou falando sobre a "viagem" no sentido figurado da palavra, assim como falando sobre a viagem no sentido literal.
Do momento que você começa a pesquisar sobre o país, até pisar no Aeroporto de Auckland, existe um espaço de tempo que deve (ou se preferir, deveria) ser respeitado.
Eu considero 6 meses o tempo mínimo necessário para planejar e pesquisar sobre o país que desejar conhecer. Quanto maior for seu leque de opções, na minha opinião, maior tempo e dedicação devem ser empregados, respeitada a particularidade de cada indivíduo e situação.
De qualquer forma, isso é apenas a minha opinião, baseada na minha experiência, que diga-se de passagem não é vasta em termos de imigração. Passei por apenas duas imigrações em toda minha vida, uma delas não conta muito, que foi em trânsito na Argentina, a outra delas foi aqui na Nova Zelândia. Enfim, aqui (Auckland, Nova Zelândia) estou.
Eu ficava imaginando como seria chegar em um país de Língua Inglesa, com aquele Inglês fajuto que aprendi traduzindo e acompanhando as letras das canções do Bob Marley. E por incrível que pareça, parece ter ajudado; e muito! Eu tinha uma base que adquiri não somente pelas músicas do rei do Reggae, como coloquei no meu primeiro post, sempre tive interesse pela Língua Inglesa. Sempre odiei filmes dublados (especialmente os "versão Marshmellow"), prefiro o áudio original. Sempre gostei de assistir filmes com legenda (até aprender de fato a entender em Inglês), pois de alguma forma eu sabia que a tradução, por mais burra e infiel que fosse, me ajudaria a compreender melhor a Língua. Conforme via uma nova palavra, buscava a tradução; e assim fui adquirindo vocabulário antes de vir para cá.
Porém, tome muito cuidado: o aprendizado descontrolado de palavras sem aprender a gramática pode ser perigoso à ponto de fazer com que você vicie sua fala! O ideal é, paralelamente às atividades práticas  (músicas, filmes, livros, etc), pegar umas aulas, nem que sejam on-line, de gramática. Desta forma, quando chegar por aqui, você não vai se sentir tão deslocado quanto se sentiria se seu conhecimento fosse nulo na Língua. Começar no processo de imersão do zero é pior, pois (supostamente) você não terá alguém para traduzir, te dar aquele empurrãozinho inicial que precisamos para começar a de fato aprender.
Antes de pisar em Aotearoa, eu imaginava como seriam as edificações, o aeroporto, as pessoas, o clima, o ar, as árvores, as lojas, os carros, os animais, as paisagens, o governo, a polícia, os bandidos, a política! Enfim, "viajava" mesmo! O elo que separa o mundo virtual do mundo real é bem, mas bem grande, por mais que seja separado por uma linha tênue nos tempos atuais. A definição do que é real já não é a mesma, afinal não conseguimos ainda determinar se nós vemos com os olhos ou com o cérebro! O fato de existir o "desconhecido", nos leva à uma linha de pensamento fantasiosa. Por isso, criamos muitas, mas muitas expectativas sobre essas experiência; e essa expectativa, pode ser perigosa.
Uma vez que você de fato pisa na "Terra da Nuvem Longa e Branca" você se dá conta que a viagem (no sentido literal e figurado da palavra) terminou, mas que uma outra jornada está começando.
Aquilo que você fantasiou por meses, está de fato à sua frente. E a sua impressão na maioria das vezes é que não é nada daquilo que você imaginou, pois não é mesmo.
É aí onde várias pessoas se frustam. Da "viagem" até a viagem, tantas coisas passam pela cabeça do indivíduo, a ponto dessa visão fantasiosa sobre essa experiência se tornar uma frustração. Afinal, aqui é a Nova Zelândia, não é a Disneylândia!
Por isso, fica aí a minha dica para você pesquisar ao máximo possível sobre o país, sobre a cultura, os costumes, os lugares, as pessoas, a natureza, a geografia, a história, a política desse país, para minimizar o risco de "viajar" na hora de viajar.
Procure profissionais capacitados para ajudar em sua empreitada, eles possuem um rico conhecimento que pode lhe ser muito útil, mas não deixe se levar por comentários fantasiosos, que subestimem sua inteligência, que enfeitem esse "pavão" que se chama Nova Zelândia, um "pavão" que como todo pavão, é bonito por natureza, logo, não precisa ser enfeitado.
Nossa, "viajei" novamente (Que novidade!)!

Boa leitura "BrasiliaNZ"!

3 comentários:

  1. Com certeza! Sinceramente cheguei na NZ com uma fantasia muito grande. Não me arrependo ter vindo do jeito que eu vim, sem saber muito sobre aqui, ou de não dominar nem o básico da língua. Mas essa escolhe me faz passar por várias dificuldades, talvez também por que queremos demais, e temos uma expectativa muito grande ou escutamos os famosos enfeitadores e acabamos nos debatendo com uma outra realidade! Mas aqui estou eu!! Muito feliz e mais apaixonada pela NZ!

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  2. Poxa, adorei o blog e acompanharei com certeza! No próximo ano, eu e uma amiga, viajamos para NZ, vamos estudar inglês! É uma maravilha conhecer um pouco mais sobre o país, e principalmente vários pontos de vista! Apesar de tudo que li até agora, a expectativa continua alta, mas vou tentando por os pés no chão! Vc disse em outro post que é legal pesquisar no google, fica a dica de pesquisar tb na comu do orkut... Um abraço e parabéns pela iniciativa!

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  3. Muito bom o texto brunão!
    To sentindo exatamente o que você escreveu, a expectativa do sonho se tornar realidade assim que eu pisar em solo kiwi.

    Abração!

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